sexta-feira, 3 de outubro de 2014

“POLÍTICA” na Exortação “ALEGRIA DO EVENGELHO” do Papa Francisco


(Uma exortação é uma carta de um Papa, contendo recomendações para a vida dos católicos. Neste caso, podemos dizer que a exortação se estende a todos aqueles que se consideram seguidores de Jesus Cristo, ou seja, de todos os cristãos, por se tratar de atitudes cristãs diante da política, apresentando os valores principais que deveriam nortear as nossas visões, atitudes e práticas no campo político)

 
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Ponto de partida: “Ser cidadão fiel é uma virtude, e a participação na vida política é uma obrigação moral” (n.º 220). Por conseguinte, diz o Papa, “ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocuparmos com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciarmos sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. Quem ousaria encerrar num templo e silenciar a mensagem de São Francisco de Assis e da Beata Teresa de Calcutá? Eles não o poderiam aceitar. Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela.” (n.º 183).
Finalidade da política deve ser a preservação da dignidade de cada pessoa humana e o bem comum, que são questões que deveriam estruturar toda a política econômica. Hoje devemos dizer “não” a uma economia da exclusão e da desigualdade social, pois esta economia mata (n.º 53). Porém, a dignidade de cada pessoa humana e o bem comum parecem, às vezes, somente apêndices acrescentados de fora para completar um discurso político sem perspectivas nem programas de verdadeiro desenvolvimento integral. Quantas palavras se tornaram incômodas para este sistema! Incomoda que se fale de ética, incomoda que se fale de solidariedade mundial, incomoda que se fale de distribuição dos bens, incomoda que se fale de defender os postos de trabalho, incomoda que se fale da dignidade dos fracos, incomoda que se fale de um Deus que exige um compromisso em prol da justiça. Outras vezes acontece que estas palavras se tornam objeto de uma manipulação oportunista que as desonra. A cômoda indiferença diante destas questões esvazia a nossa vida e as nossas palavras de todo o significado. A vocação de um empresário é uma nobre tarefa, desde que se deixe interpelar por um sentido mais amplo da vida; isto permite- lhe servir verdadeiramente o bem comum com o seu esforço por multiplicar e tornar os bens deste mundo mais acessíveis a todos.” (n.º 203)
Papel da igreja: “No diálogo com o Estado e com a sociedade, a Igreja não tem soluções para todas as questões específicas. Mas, juntamente com as várias forças sociais, acompanha as propostas que melhor correspondam à dignidade da pessoa humana e ao bem comum. Ao fazê-lo, propõe sempre com clareza os valores fundamentais da existência humana, para transmitir convicções que possam depois traduzir-se em ações políticas.”
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