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O assessor técnico da Cáritas Brasileira,
Alessandro Nunes, iniciou a coletiva explicando a atuação da Igreja no Ceará
através da Cáritas. “A seca não é simplesmente um caso de fenômeno natural, não
é somente isso, a seca como a pobreza e a miséria são situações que devem ser
superadas”, disse Alessandro. Ele afirmou que é necessário que se tomem medidas
estruturantes para que as consequências da seca possam ser superadas; a garantia
e acesso à água para a população e animais beberem, para a produção agrícola e
para tantas outras necessidades individuais e coletivas.
Sobre as experiências de convivência com o
semiárido ele disse que somos uma região que chove muito, isso podemos perceber
dando um exemplo: algumas comunidades com uma estrutura planejada já conseguem
produzir e conviver com a seca. Entretanto para uma grande parte da população
ainda falta essa estrutura mínima. Precisamos trazer essas questões, inclusive
nos conflitos que têm acontecido aqui no Ceará por questões de terra, da falta
de reforma agraria que não avança.
Dom José Haring agradeceu a presença da imprensa
e disse que a Igreja procura se envolver em cada diocese buscando soluções para
este problema. Afirmou também que os bispos partilham as experiências de cada
Igreja diocesana que são discutidas entre os membros do CONSER, por isso estamos
realizando essa coletiva.
Já o bispo de Iguatu, dom João Costa, colocou que
é o prioritário para o nosso pais, para o povo, não são as grandes obras, as
grandes arenas feitas com muito dinheiro, mas pão e água. Ninguém vive sem pão e
água, disse o bispo. Ele chamou a atenção pedindo que Governo seja questionado
sobre qual é a real prioridade de Governo. O Governo quer enfrentar com
seriedade a questão da fome, da miséria e da falta de água no nosso semiárido,
indagou dom João Costa. Ele também lembrou os projetos do DENOCS, no Centro Sul
do Estado, dizendo que estão todos sucateados. Os projetos começam e são
abandonados. “Precisamos olhar isso e cobrar. Pedir que o nosso Governo olhe com
cuidado, com carinho essas questões”, finalizou.
Uma declaração sobre o atual momento de seca no
Ceará foi lida. Trata-se de um documento que traz uma análise do contexto do
semiárido e propostas de ações emergencias e estruturantes. É assinado pelo
Regional Nordeste I da CNBB e por organizações da sociedade civil, como
Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura do Ceará (FETRAECE),
Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), Movimento dos Atingidos e
Atingidas por Barragem (MAB) e Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).
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