As
relações entre a verdade religiosa e a verdade científica são temas sempre
discutidos no mundo atual. Passei quase toda a minha vida adulta como professor
universitário e durante este tempo este assunto vêm à tona frequentemente.
Recebi dos meus colegas e alunos perguntas deste tipo: Será que fé e ciência não
entram em choque? Qual é o relacionamento entre fé e ciência? A ciência é uma
ameaça á fé? Como sabemos com certeza que Deus existe etc. Nos últimos quarenta
anos com o surgimento de questões polêmicas como a clonagem humana, a descoberta
do genoma humano, os direitos reprodutivos, reprodução assistida, a engenharia
genética, o aborto, direito à vida d fetos anencefalicas, transplantes e doação
de órgãos, pesquisa em seres humanos, eutanásia e distanásia etc., a discussão
está se reacendendo. O papa João Paulo ll ficou tão preocupado com a relação
entre fé e ciência que escreveu uma Carta Encíclica titulada “Fides e Ratio” (Fé
e Razão) em 1998. Desde 1965 aproximadamente, a humanidade passou a se defrontar
com uma série de dolorosos questionamentos sobre fé e morais suscitados pelos
avanços alcançados na ciência. A capacidade humana de destruir a biosfera e de
manipular as espécies ou de intervir tecnologicamente em sua evolução indicava
que os princípios éticos clássicos passariam a ser relativizados. Com a bioética
novas orientações apareceram nessas áreas sensíveis.
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Falando sobre Fé e Ciência, o Catecismo da Igreja
Católica afirma: “Ainda que a fé esteja acima da razão, não poderá jamais haver
verdadeira desarmonia entre uma e outra, porquanto o mesmo Deus que revela os
mistérios e infunde a fé dotou o espírito humano da luz da razão; e Deus não
poderia negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade” (cf.
Con. Vat l, Dei Filius 4 e Denzinger-Schönmetzer, 3017). “Portanto, se a
pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente
científica, segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto
as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus” (Con. Vat. ll,
GS, 36.2).
A Igreja Católica ensina que a pesquisa de base,
como a pesquisa aplicada, constitui uma expressão significativa do domínio do
homem sobre a criação. A ciência e a técnica são recursos preciosos postos a
serviço do homem e promovem seu desenvolvimento integral em benefício de todos;
contudo, não podem indicar sozinho o sentido da existência e do progresso
humano.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica é ilusório
reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações. A
ciência e a técnica exigem por seu próprio significado intrínseco, o respeito
incondicional dos critérios fundamentais da moralidade; devem estar a serviço da
pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral,
de acordo com o projeto e a vontade de Deus (CIC 2294). Gostaria de terminar
este breve artigo citando um dos mais eminentes cientistas do mundo: Albert
Einstein (+1955) Nobel de Física disse “Quanto mais acredito na ciência, mais
acredito em Deus. O universo é inexplicável sem Deus”.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e
Assessor da CNBB Reg. NE1
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