O Ano da Fé nos tem proporcionado diversos eventos que nos colocam em comunhão eclesial em todo o mundo.
No dia 2 de junho, domingo, quando em
diversos países do mundo se celebra a Solenidade do Corpo e Sangue de
Nosso Senhor Jesus Cristo (Corpus Christi), o Santo Padre convidou a
todos os bispos e Igrejas Particulares no mundo a se unirem a ele
sincronicamente e em espírito de comunhão para a adoração de Jesus na
Santíssima Eucaristia por duas intenções que expressam conjuntamente o
crescimento de toda a Igreja na Fé.
Assim a Igreja toda testemunha sua vida
fundada em Cristo e a presença de Jesus entre os seus, como Ele mesmo
prometeu: “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos”
(Mt 28,20).
O Santo Padre pede que o momento de adoração eucarística seja oferecido de modo particular:
1. Pela Igreja espalhada por todo o
mundo e, hoje, em sinal de unidade recolhida na Adoração da Santíssima
Eucaristia. O Senhor a torne cada vez mais obediente à escuta da sua
Palavra para apresentar-se diante do mundo sempre “mais bela, sem mancha
ou ruga, mas santa e imaculada” (Ef 5,27). Através do seu anúncio fiel,
possa a Palavra que salva ecoar hoje como portadora de misericórdia e
provocar um renovado compromisso no amor para dar pleno sentido à dor,
ao sofrimento e restituir a alegria e a serenidade.
2. Por aqueles que, em diferentes partes
do mundo, vivem o sofrimento de novas formas de escravidão e são
vítimas de guerras, do comércio de pessoas, do tráfico de drogas e do
trabalho “escravo”, e pelas crianças e mulheres que sofrem todo tipo de
violência. Que o seu grito silencioso possa encontrar vigilante a Igreja
que, mantendo o olhar fixo em Cristo crucificado, não esqueça tantos
irmãos e irmãs deixados à mercê da violência. Por todos aqueles ainda
que se encontram na precariedade econômica, especialmente os
desempregados, os idosos, os imigrantes, os sem-abrigo, os presos e
todos os que experimentam a marginalização. Que a oração da Igreja e a
sua ativa ação de aproximação lhes dêem conforto e apoio na esperança,
força e coragem na defesa da dignidade da pessoa.
Estas intenções mostram muito bem a
necessidade interna da Igreja de ser cada vez mais fiel na comunhão com o
seu Senhor, no seguimento de Jesus e no testemunho cada vez mais
coerente com Aquele que é o seu fundamento e razão de ser. Também
manifestam claramente a missão da Igreja renovada pela Fé: viver para a
salvação do mundo, sendo dela sinal e instrumento. (cf. LG 1) A Igreja
vive para expressar a misericórdia de Deus.
A referência a Jesus é que dará
consistência e vitalidade à comunidade dos discípulos e à fecundidade de
sua ação no mundo. Sem esta presença atuante do Senhor, nada pode a
organização humana da Igreja. “Sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15,5)
É para esta realidade fundamental que
está voltado o Ano da Fé: o encontro vivo e contínuo com a pessoa de
Jesus, o Filho encarnado do Pai Eterno, o Salvador do mundo, que age
pelo seu Espírito Santo na comunhão dos homens, a Igreja. Nela continua a
realização de sua obra de salvação.
Ela é a expressão misericordiosa e condescendente do Deus Amor pela humanidade e toda a Sua criação.
De nossa comunhão em Cristo, tudo depende.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo de Fortaleza
Nenhum comentário:
Postar um comentário