O
Seminário Arquidiocesano São José – Teologia e a FACULDADE CATÓLICA DE FORTALEZA
– FCF têm a alegria de celebrar na sexta-feira, 13 de dezembro de 2013, os 25
anos de Ordenação Presbiteral do Pe. Almir Magalhães, atualmente Reitor do
Seminário Arquidiocesano São José – Teologia e Professor e Diretor Geral da FCF.
Pe. Almir concedeu generosamente uma entrevista para o BLOG CATÓLICA DE
FORTALEZA sobre sua vocação ao sacerdócio, alegrias e desafios, o papel do padre
hoje e uma mensagem aos novos vocacionados. Confira!
Padre Antonio Almir Magalhães de Oliveira é filho
de Luiz Oliveira e Ana Magalhães de Oliveira e nasceu em Fortaleza aos 11 de
junho de 1949. Ordenação: dia 17 de dezembro de 1988, na Igreja Nossa Senhora da
Piedade na Paróquia do mesmo nome e ordenado pelo Cardeal Aloísio
Lorscheider.
LEIA MAIS:
1 – Por que a decisão pelo sacerdócio?
Como se deu esse processo?
Pe. Almir: Tudo começou a partir do meu
envolvimento no Oratório Salesiano Dom Bosco, no Colégio Salesiano da Piedade e
na respectiva paróquia. Aos 9 anos meu envolvimento no Oratório e ao mesmo tempo
na Igreja, como coroinha. Posteriormente fui criando espaços e me tornei líder
do Oratório sobretudo na parte esportiva. O processo é relativamente simples – o
contexto em que você vive é apelativo, ele interpela. O ambiente em que se vive
é, para alguns fundamental. Evidentemente que o fundamental sempre foi a atração
pela proposta de Jesus Cristo. Em 1963 o Padre Olavo, encarregado à época pela
dimensão vocacional da Inspetoria do Nordeste me convidou (evidentemente que
para a época via sinais em minha pessoa). Fui, passei dois anos em Carpina-PE. É
claro que teve aí toda uma longa história. Voltei ao seminário após a leitura do
Documento de Puebla, como um instrumento que me convidava de novo a retomar a
caminhada. O Doc. de Puebla foi um instrumento e me fascinou. Hoje, muitos
jovens são atraídos por uma pessoa e seus gestos – O Papa Francisco e quem sabe!
Ele pode ser um caminho, um momento chamativo para muitos jovens.
2 – Qual a importância deste momento pra
sua pessoa ao comemorar 25 anos de ordenação presbiteral?
Pe. Almir: É uma espécie de selo, uma confirmação
que diz: sua decisão foi correta. Afinal de contas são 25 anos e não 25 dias,
não é aritmética, é uma história baseada em um projeto. A importância também se
dá pelo fato de estarmos numa sociedade do provisório, do descartável e decisões
como matrimônio, nosso sacerdócio que são tidos para a vida toda, são
questionadas hoje em nossa sociedade. Com esta celebração afirmamos que o
contrário é possível.
3 – Alegrias e desafios na missão do
presbiterato até aqui.
Pe. Almir: Sinceramente, todo o processo foi
marcado por muitas alegrias. É claro que no relacionamento humano está prevista
uma grande dosagem de decepções e quem trabalha na formação está sempre olhando
para esta possiblidade. Os desafios são inúmeros porque vivemos num mundo e numa
Igreja plural, com diversidade de teologias, compreensões do papel da Igreja no
mundo. Isso gera tensões e desafios. Mas já alcançamos um nível de maturidade
que dá para dialogar bem com tudo isto e saber relativizar complexidades.
4 – O sr. é Reitor do Seminário
Arquidiocesano São José – Teologia. Como encara esse serviço?
Pe. Almir: Encaro como um serviço de grande
importância para a vida da Igreja. Afinal nós da formação temos a difícil tarefa
de preparar os futuros presbíteros e já estamos acostumados a ser VITRINE para
onde todas as “baladeiras” estão apontadas. Pessoal esquece que o processo de
formação tem momentos e o que nós abraçamos é o da FORMAÇÃO INICIAL. Além do
mais muitos não se abrem ao processo, já vem com o seu MODELITO na cabeça e faz
ouvido de mercador. Mas temos formas de monitoramento para solucionar alguns
casos, mas parece que o ser humano é talhado para trabalhar no BIG BROTHER (são
artistas)… entenda.!
5 – Muitos dizem que o “padre” já não
influencia mais a consciência dos fiéis, das pessoas comuns que vão a um ato
religioso. Isso é verdade? Como analisa isso e como um padre hoje pode melhor
atuar na vida da Comunidade e da Sociedade?
Pe. Almir: A Igreja em si não perdeu a
credibilidade e mesmo com alguns casos amplamente divulgados as estatísticas
continuam afirmando esta credibilidade. Quanto a questão do padre se influencia
ou não depende muito de sua preparação, de seu conteúdo, fundamentos (afinal o
povo não é besta e percebe isto). O Padre continua com seu papel de ser FORMADOR
DE OPINIÃO e isto é acentuado no documento de Aparecida. Por isso sempre que
converso com os seminaristas motivo constantemente para que acompanhem a
realidade, os fatos da sociedade porque é possível que o PADRE seja na homilia,
nos processos formativos em sua paróquia, seja o único instrumento de
contraponto do que é veiculado pela mídia em boa parte comprometida com os
poderes, ajudando assim o povo a não ser manipulado. O padre pode dar uma
reviravolta nesta mentalidade justamente não se achando pronto, continuar mesmo
de forma autodidata seu processo formativo e acompanhar toda a reflexão colocada
a seu dispor, sobretudo a pastoral, aplicando-a em sua Paróquia, sendo
missionário e não um burocrata da religião.
6 – O que diria a um jovem que hoje
deseja ser padre?
Pe. Almir: Que não olhe a Igreja, a religião de
forma piegas, puritana, achando que ali estaria numa situação de extraterrestre.
Pés no chão. Saber que o seu ministério não é status (isto é coisa do passado) e
que a missão não pode ser vista na perspectiva dos palcos, dos holofotes. Ela é
árdua mas é sublime em função do que podemos fazer pelo outro como fez Jesus
Cristo. Na minha celebração de amanhã (dia 13.12.13), escolhi os textos da Carta
aos Hebreus, Cap. 5 e Mc. 10, sobretudo o vers. 43 – Quem quiser ser o maior,
que seja aquele que serve. Um abraço.
Serviço:
Celebração Eucarística em ação de graças pelo
Jubileu de Prata de Ordenação Presbiteral do Pe. Almir Magalhães – Local: Igreja
Nossa Senhora da conceição do Outeiro da Prainha – Seminário da Prainha – Data:
13 de dezembro de 2013 / Horário: 19h.
Por: Setor Comunicação FCF
Publicado em 12 de dezembro de 2013 no Blog
Católica de Fortaleza
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