Editorial – dezembro 2013
Com o encerramento do ANO DA FÉ, vivido por toda
a Igreja nas comemorações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, nossa
Arquidiocese de Fortaleza iniciou o ANO DA ESPERANÇA, no segundo ano do triênio
de preparação para seu Jubileu Centenário em 2015.
Temos assim grande esperança que, como o Ano da
Fé foi rico em renovação da vida cristã para a Igreja no mundo todo, o iniciado
Ano da Esperança também o seja, em continuação, grande estímulo para novo
entusiasmo na vida eclesial e na missão de nova evangelização, como a tem
proposto o Santo Padre o Papa Francisco em sua mais recente Exortação Apostólica
Evangelii Gaudium, de 24 de novembro p.p.: “A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o
coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam
salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do
isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. Quero, com esta
Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos a fim de os convidar para uma nova
etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso
da Igreja nos próximos anos.”(EG. 1)
LEIA MAIS:
A que ESPERANÇA somos chamados? O que esperamos
de nosso encontro com o Evangelho? A que nos leva a FÉ? O que esperamos de nossa
vida? E do mundo em que vivemos? E de tudo o que somos e temos?
Partimos do dom da Vida Divina em nós. Assim nos
recorda o Catecismo da Igreja Católica, ao qual nos voltamos especialmente no
Ano da Fé: “1813. As virtudes teologais fundamentam, animam e caracterizam o
agir moral do cristão, Informam e vivificam todas as virtudes morais. São
infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como
filhos seus e assim merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da ação
do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. São três as virtudes teologais:
fé, esperança e caridade (Cf. 1 Cor 13, 13.)”.
E sobre a esperança encontramos riquíssima
referência nas Sagradas Escrituras. No mesmo Catecismo assim encontramos: “1817.
A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida
eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de
Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do
Espírito Santo. «Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele
que fez a promessa é fiel» (Heb 10, 23). «O Espírito Santo, que Ele derramou
abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que,
justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida
eterna» (Tt 3, 6-7).”
Assim temos como lema neste ANO DA ESPERANÇA: “…
a esperança não decepciona, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rom 5,5.)
A alegria será contínuo fruto da presença do
Espírito em nossos corações. Esta presença é o dom divino vindo do Pai em Jesus.
Ele é derramado continuamente nos corações humanos. Esta é a causa da Alegria do
Evangelho (Evangelii Gaudium). Para que tivéssemos a perfeita alegria foi que
Ele veio a nós.
Estamos vivendo novamente na celebração litúrgica
da Igreja o tempo especial, tempo de graça da vinda do Senhor. A recordação de
sua vinda na carne humana – Festa do Natal – prolonga-se e aprofunda-se no
encontro pessoal com o Senhor Jesus que vem, vem a nós, a cada um de nós que o
encontramos pelo Seu Evangelho, pelo Dom do Espírito, pela Vida nova que a nós é
dada na Fé, buscada na Esperança e vivida na Caridade.
A vida de Deus em nós é comunicação e partilha.
Vivemos neste mesmo tempo eclesial a CAMPANHA PARA A EVANGELIZAÇÃO. Ela nos
chama a uma verdadeira conversão. Sua coleta de comunhão de todos pelo anúncio
do Evangelho ocorre no Terceiro Domingo do Advento – neste ano 15 de
dezembro.
Como muitas vezes nos tem recordado o Papa
Francisco: “Mas, atenção! Jesus não disse: se vocês quiserem, se tiverem tempo,
vão; mas disse: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a
experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o
Senhor confia a toda a Igreja, também a você. É uma ordem, sim; mas não nasce da
vontade de domínio, da vontade de poder. Nasce da força do amor, do fato que
Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e não nos deu somente um pouco de
Si, mas se deu por inteiro, Ele deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor
e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como pessoas
livres, como amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha,
está sempre junto de nós nesta missão de amor.” (JMJ – Rio 2013 – Missa
final)
Nesta Esperança, na plena Alegria do Evangelho,
quero rezar por todos, pelas bênçãos de Deus, e lhes fazer os votos de Santo
Advento, Feliz Natal, Abençoado Ano 2014.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano
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