Estamos iniciando o ano 2013. Como será este ano novo? Deixamos de lado a
futurologia e a astrologia. Deixamos de lado também o fatalismo do simples “como
Deus quiser”. Nós cristãos procuremos compreender, à luz dos mandamentos e dos
planos do criador, que, sem em nada diminuir a fé em Deus e o abandono em sua
santa vontade e imperscrutáveis desígnios, o futuro deve ser por nós
construídos. Não há dúvida que o futuro não se adivinhe, mas se edifica. O
amanhã depende do acerto das nossas opções de hoje. O ano 2013 será aquilo que
nós faremos. Acreditamos em Deus e na sua soberania, mas não nos deixamos ficar
num passivo providencialismo ou num fatalismo acomodado. Se tudo depende de
Deus, tudo depende também de nós.
O 1º. de janeiro é a Festa da Solenidade da Santa
Mãe de Deus, Maria, e um dos títulos de Maria é Nossa Senhora da Paz. O primeiro
de janeiro também é o Dia Mundial da Paz e da Fraternidade. No início de cada
ano a Igreja Católica procura trazer à consciência de cada pessoa cristã a
importância da paz e o dever de preservá-la. A melhor maneira de assegurar a paz
é trabalhar pela justiça. A paz é o vértice de todos os bens terrenos. Sem ela
perdem substância todas as conquistas do homem em seus mais variáveis setores.
Hoje há uma enorme falta de paz no mundo e no Brasil. Basta ver o crescimento
vertiginoso de todo tipo de violência: assassinatos, estupros, seqüestros,
prostituição infantil, drogas, abortos, pedofilia, furtos e divórcios etc. para
confirmar essa afirmação. Inicialmente ligados à paz estão os direitos humanos.
Manter a paz à custa dos direitos humanos é uma contradição em termos. Onde hoje
há a insana repressão dos direitos humanos, amanhã haverá toda forma de
violência e, finalmente, a convulsão social. Obviamente não podemos contar com
todos para preservar a paz, mas com as pessoas de boa vontade que realmente
formam a maior parte das comunidades. Pessoas firmemente dispostas a
preservá-la, constituem uma grande defesa e estímulo para a paz. A tranqüilidade
no lar, a harmonia entre as gerações e a concórdia dos povos entre si, serão
alcançadas pelos esforços dos homens, mas necessitam do Espírito vivificador de
Deus. No Sermão da Montanha Cristo disse: “Bem aventurados os que promovem a
paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9).
A existência de milhões de empobrecidos em nosso
país nos envergonha no início de mais um ano. A Igreja Católica no Brasil olha o
conjunto do país a partir das massas sobrantes da modernização, e aponta a
solidariedade, a união e a organização do povo como o caminho para uma sociedade
mais democrática e não excludente em 2013. Que este ano novo então seja um ano
de paz, alegria e abundância para todos, digo isso dedicando lhes as palavras de
uma antiga benção irlandesa, minha terra natal: “Que o caminho seja brando a
teus pés; que o vento sopre leve em teus ombros; que o sol brilhe cálido sobre
tua face; que as chuvas caiam serenas nos campos; e até que, de novo, eu te
veja, que Deus te guarde na palma de sua mão”.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista,
professor titular aposentado da UFC e assessor da CNBB Reg. NE1
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