Hoje,
domingo, dia 5 de janeiro de 2014 a Igreja Católica celebra a Epifania do
Senhor: a manifestação do Messias a todos os povos do mundo. Epifania significa
“manifestação”. Recorda para nós a adoração do Menino Deus pelos três Magos,
representantes do mundo inteiro conhecido naquele tempo. Encontramos a história
dos Magos no Evangelho de Mateus (Mt 2, 1-12). O evangelista apenas afirma que
alguns Magos do Oriente foram adorar o Menino Jesus. Não diz quantos, nem cita
nomes, não afirma que eram reis e também não descreve a cor de sua pele. Estes
detalhes foram acrescentados no decorrer dos séculos. Historicamente falando, a
Festa dos Magos ou da Epifania é uma duplicata: enquanto o ocidente celebrava
Natal no dia 25 de dezembro, no 4º. Século introduziu-se ali, também a festa
natalina dos cristãos orientais, a Epifania, celebrada no dia 6 de janeiro. Será
difícil dizer se os Magos eram sacerdotes persas ou astrólogos babilônicos.
Moravam no Oriente, o que pode significar a Arábia, a Babilônia, a Mesopotâmia
ou a Pérsia. A julgar pelos presentes que traziam teriam vindo da Arábia. Porém,
é mais provável que fossem sábios astrólogos da Babilônia que conheciam o
messianismo judaico. O número tradicional (os três magos) baseia-se,
provavelmente, apenas no número dos presentes.
LEIA MAIS:
Os nomes Melchior (raça branca), Baltassar (raça
amarela) e Gaspar (raça negra) só são mencionados a partir do 7º. Século.
Peritos como Beda os consideram representantes da Europa, da Ásia e da África. A
Igreja Católica considerou os presentes como símbolos da pessoa e do mistério de
Jesus: realeza (ouro), divindade (incenso), morte e sepultura (mirra). A estrela
tradicionalmente é considerada o sinal de Deus que lhes apresentava Jesus como o
Rei-Messias, embora, provavelmente, foi à luz brilhante do planeta Júpiter, que
naquele ano ficou numa linha reta com o planeta Saturno na frente da constelação
Pisces. Na noite do Natal, o Menino Deus recebeu a visita dos humildes pastores
que representam os pobres da humanidade inteira. Nascendo em chocante pobreza e
revelando-se primeiramente aos pobres, Jesus quis mostrar que Deus os ama muito.
Mas Jesus é o salvador de toda humanidade, por isso ele recebe a visita dos
Magos, estrangeiros, ricos e letrados. Os Magos viviam em países longínquos, que
o povo de Israel lembrava com certa amargura: a Babilônia do exílio; a Arábia,
terra inóspita para os Israelitas. E agora, representantes dessas terras vão
adorar o Messias na cidade de Davi, Belém. O Menino Deus nascido em Belém atraiu
os que viveram longe dele, quer geográfica, quer cultural ou ideologicamente.
Mas que lê o Novo Testamento percebe imediatamente que a atração exercida por
Jesus envolve os social e religiosamente afastados. Jesus se aproximou da
samaritana, da pecadora e da adúltera. Quem seriam esses afastados social e
religiosamente hoje? Sem dúvida, os pobres, as crianças abandonadas, os
camponeses sem terra, os favelados, os operários sem salários justos, os
desempregados, os subempregados, os velhos abandonados, os doentes, os drogados,
os soropositivos, os analfabetos, os encarcerados etc. Os Magos simbolizam os
homens e mulheres de todo o mundo que buscam a Deus. Jesus não é privilégio de
nenhuma raça, de nenhum grupo, de nenhuma classe social. Nasceu e morreu para a
salvação de todos: pobres e ricos; das raças branca, amarela e negra; dos
analfabetos e pessoas intelectualmente sofisticados; de pessoas de ideologias
divergentes e de religiões diferentes. Imitando os Magos, toda essa gente também
precisa hoje encontrar Jesus como sinal da salvação e libertação. Que a Estrela
de Belém brilhe para todos os leitores do jornal site da Arquidiocese de
Fortaleza durante o ano 2014.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e
Assessor da CNBB – Reg. NE1
Nenhum comentário:
Postar um comentário