No dia 15 de agosto a Igreja
Católica celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. A Assunção de Maria
é dogma católico solenemente definido através da Constituição “Munificentissimus
Deus” do 1º. de novembro de 1950 pelo Papa Pio Xll, que proclama a elevação em
corpo e alma da Virgem Maria ao céu. A crença universal neste mistério havia
sido confirmada anteriormente por todo o episcopado católico consultado em 1946.
Liturgicamente é celebrada na Igreja Católica no domingo subsequente ao dia 15
de agosto. A crença na Assunção é tradicional na Igreja, mas foi, sobretudo no
século XVII que se tornou objeto de uma verdadeira construção teológica em
reação contra o Jansenismo. Maria é dita pelo anjo Gabriel “cheio de graça”.
Este é quase o nome próprio da Virgem – o anjo não a chama “Maria”, mas “cheia
de graça”. (Lc. 1,28).
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Isto quer dizer que Maria nunca esteve sujeita ao império do pecado. Em
consequência, não podia ficar sob o domínio da morte, que entrou no mundo
através do pecado (Rm 5, 12). Sendo assim, é lógico dizer que ela não conheceu a
deterioração da sepultura, sendo glorificado não somente em sua alma, mas também
em seu corpo.
Será que este mistério exclui talvez a morte natural de Maria? Não há
registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição cristã
antiga que ela teria morrido no ano 42 d.C. Desde os primeiros séculos, usa-se a
expressão “dormição”, do latim “domitare” em vez de “morte”. Antigamente alguns
teólogos e santos da Igreja Católica, sustentam que Maria não teria morrido, mas
teria “dormitado” e assim levado ao céu. Hoje, teólogos sustentam que Maria não
teve este privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte. O que a
Igreja Católica ensina é que o corpo de Maria foi preservado das consequências
da morte, que são a corrupção e a decomposição.
O Concílio Vaticano ll retomou totalmente a doutrina definida, quando afirma
que “a Imaculada Virgem, preservada imune de toda a mancha original, terminada o
curso da sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celeste. E,
para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho… foi exaltada pelo
Senhor com a Rainha do universo” (Lumen Gentium, n.59). Sempre foi crença
pacífica dos católicos que o corpo da Virgem, concebido imaculado, sem a nódoa
do pecado original, corpo que não conheceu sombra do pecado, corpo que foi o
berço onde tomou carne o próprio Verbo de Deus ao fazer-se homem, não podia
estar sujeito
à corrupção, mas devia ser glorificado junto com a alma na glória
celeste.
Maria, elevada ao céu em corpo e alma, recorda-nos, de maneira viva, o nosso
último destino. A Assunção de Maria está diretamente ligada a sua união com
Jesus Cristo; portanto, a fundamentação vem da maternidade virginal e a isenção
do pecado original. Assim, esta união íntima de Maria com o corpo de Jesus
Cristo é um argumento forte para crer que o seu corpo teve o mesmo destino do
corpo de Jesus, isto é, não foi tocado pela destruição da morte.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1
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