No
dia 4 de junho de 2015 a Igreja Católica celebra a Festa de Corpus Christi, ou
como é oficialmente chamada a Festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Esta
festa nos convida a refletir sobre o amor incondicional de Deus por nós e nos
alegramos pela presença permanente de Jesus Cristo, o centro de nossa fé, nossa
esperança e nossa salvação. A festa é sempre celebrada na quinta-feira depois da
Solenidade da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte
ao de Pentecostes. Pode-se dizer que esta festa se constitui um desdobramento da
Quinta-feira Santa. Quer comemorar a presença de Cristo como sacrifício
eucarístico de seu corpo e de seu sangue. Esta solenidade deve ser vista em
conexão com a devoção do Santíssimo Sacramento, que desabrochou poderosamente ao
longo do século Xll e na qual se realçava de maneira particular a presença real
de Cristo todo no pão e vinho consagrado.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita,
atende uma recomendação do Código de Direito Canônico (art.944) que determina ao
Bispo Diocesano que providencie, onde for possível, “para testemunhar
publicamente a veneração para com a Santíssima Eucaristia principalmente na
Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”. Em muitas cidades no Brasil é costume
ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e
desenhos de inspiração religiosa.
Católicos reverenciam e adoram a hóstia
consagrada, pois de acordo com sua fé, nela está presente o corpo de Cristo.
Esta presença se explica pela transubstanciação do pão e do vinho no corpo e
sangue de Jesus. Não se trata de símbolo, rememoração ou lembrança apenas, mas
de uma transformação real, embora as aparências permaneçam. A este movimento
eucarístico estava ligado um grande desejo de contemplar a hóstia consagrada por
parte do homem da Idade Média. Desejo este que levou, entre outras coisas, ao
costume de elevar a hóstia depois da consagração, atestado pela primeira vez em
1200. A origem da Festa de Corpus Christi remonta à história das visões de
Juliana de Mont Cornellon. No ano 1246, o bispo Dom Roberto de Liège, introduzia
essa festa pela primeira vez em sua diocese. Em 1264, o papa Urbano lV
prescreveu-a para toda a Igreja. Na Bula de introdução “Transciturus” o papa
fundamenta a instituição da festa e faz uma exposição mais ou menos global da
doutrina da Eucaristia enquanto sacrifício e refeição. O mesmo papa solicitou ao
Santo Tomás de Aquino que compusesse os cânticos e orações para festa. O
resultado foi algumas das mais famosas e emocionantes composições da música
sacra, entre as quais podemos citar: “O Sacrum Convivium”, “Lauda Sion”, “Adoro
Te Devote”, “Pange Lingua”, e Tantum Ergo. Este último são as palavras iniciais
dos dois últimos versos do hino “Pange Lingua” e cantados durante adorações e
benções do Santíssimo Sacramento. A Eucaristia é a renovação do sacrifício de
Cristo na cruz. É a celebração do amor infinito de Deus.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que: “O
modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a
Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ela seja como que o
coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os
sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos
verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e Sangue
juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por
conseguinte, o Cristo todo”. (cf. Tomás de Aquino, S.Th., lll, 73,3).
“Esta presença chama-se “real” não por exclusão, como se as outras não fossem
“reais”, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela
Cristo, Deus e homem, se torna presente completo” (cf. CIC, no. 1374).
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e
Assessor da CNBB Reg. NE1
FONTE: ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
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